Livros | A Cachorra - Pilar Quintana
Tradução: Livia Deorsola
Editora: Intrínseca
Páginas: 160
Avaliação: ⭐⭐⭐⭐
Sinopse: Desde muito cedo, a vida de Damaris é marcada por tragédias e, apesar da companhia de Rogelio, carrega uma solidão que talvez tivesse sido aplacada pelo filho que nunca conseguiu ter. Cuidar da casa de veraneio há muito abandonada pela família Reyes ocupa seus dias, alivia sua consciência pelo que sente ter sido omissão sua no passado, mas nada disso lhe traz conforto.Quando, num rompante, decide adotar a cachorra da ninhada de uma vizinha, Damaris tem a chance de desviar um pouco o foco das tentativas frustradas de engravidar. A fêmea que agora circula pela casa modesta faz aflorar instintos protetores e violentos, emoções díspares e profundas que supostamente só poderiam ser despertadas pela maternidade. A força e a intensidade dessa relação alteram tão drasticamente as dinâmicas de sua existência que Damaris já não sabe se a simples presença da cachorra fez sua vida ganhar ou perder, de uma vez por todas, o rumo.Breve e magnético, A cachorra se passa em um cenário de dualidades entre beleza e violência. Ambientado em uma bolha de tempo desacelerada, na qual os acontecimentos se desenrolam com a típica lentidão sazonal de uma cidade de veraneio, é um romance contundente sobre vidas marginalizadas em um contexto bastante familiar aos leitores latino-americanos.
Damaris tentou nos primeiros anos de casamento todos os métodos conhecidos para engravidar na região que morava, agora já tem a certeza que é uma mulher infértil, foram tantos problemas que o tema da maternidade só desperta sentimentos ruins nela. Mas um dia ela decide adotar uma cachorra que ativa todos os seus instintos maternos e que ela cuida como se fosse um bebê indefeso.
Nem tinha lido vinte páginas de A Cachorra e o meu principal foco na leitura já se tornou o fato de como a Colômbia é parecida com o Brasil, a descrição dos lugares, as relações das pessoas e o comércio (em especial as "vendas"), me faziam lembrar bastante do que a minha vó e minha mãe vira e volta contam como eram a vida delas no interior de Pernambuco.
As primeiras vezes que eu tive essa impressão em relação à Colômbia foi quando assisti a série Narcos e um ou outro clipe da Kali Uchis, pois a periferia e o relevo colombiano são muito semelhantes com os brasileiros, o relevo de mar de morros com as construções empilhadas é um xerox.
Não recomendo a leitura para quem não consegue suportar cenas de maus tratos a animais, pois a relação de carinho do início vai mudando durante a história, pelo menos as descrições não se estendem, dá para pular um parágrafo ou dois se quiser fugir delas. Quem busca um livro que tenha um tema de maternidade, A Cachorra é uma boa pedida por ter um foco bem diferenciado, além de ser uma história curta e bem instigante.
A leitura de "A Cachorra" fez parte da minha meta do ano de ler mais histórias escritas por autores latinoamericanos e o livro foi indicado na minha resenha de Kentukis! As outras leituras dessa meta até agora foram: Kentukis de Samantha Schweblin (autora da Argentina), The Inheritance of Orquídea Divina de Zoraida Córdova (autora do Equador) e Love Scammed de Rilzy Adams (autora da Antígua e Barbuda).
2 Comentários
Oi Gio, tudo bem?
ResponderExcluirObrigada pela sinceridade na resenha, é um livro que realmente não serve pra mim. Tenho dois cachorros e desde que meu "primogênito" chegou a minha vida mudou pra melhor, mas me tornei absurdamente sensível a temas que envolvam animais. Não conseguiria lidar com cenas de maus tratos.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Acho que esses maus tratos são inclusive a razão do livro ter média baixa no Skoob, pois nem todos conseguem lidar e eu só consegui lidar por não ser muito detalhado.
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