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Livros | Nós Somos a Cidade - N. K. Jemisin

by - 16.7.21

Livros | Nós Somos a Cidade - N. K. Jemisin
Autora: N. K. Jemisin
Tradução: Helen Pandolfi
Editora: Suma*
Páginas: 410
Avaliação: 🌟🌟🌟🌟🌟
Sinopse: Em Nós somos a cidade, NK Jemisin ― autora best-seller do New York Times e a única escritora de todos os tempos a ganhar o prêmio Hugo por três anos consecutivos ― cria uma história de cultura, identidade, magia e lendas em uma Nova York contemporânea e intrinsicamente múltipla.

Toda cidade tem alma. Mas toda cidade também tem um lado obscuro. Um mal antigo espreitando sob a terra, esperando pelo momento certo para atacar.
E quando Nova York desperta, corporificada na figura de um franzino garoto de rua, o ataque que se segue é brutal. O jovem, avatar da metrópole, fica em um coma mágico, e a cidade corre perigo com o mal que infesta ruas e pessoas, ameaçando destruí-la.
É então que outros cinco avatares são chamados à luta.
Em Manhattan, um jovem universitário sente o pulsar da metrópole e compreende seu poder. No Bronx, a diretora lenape de uma galeria de arte descobre estranhos grafites que a atraem de maneira irresistível. No Brooklyn, uma antiga MC que entrou para a carreira política consegue ouvir a música da cidade. No Queens, uma imigrante indiana com um visto de estudante não entende como pode se tornar parte de um lugar que mal a reconhece como cidadã. E em Staten Island, a filha oprimida de um policial violento sente o resto da cidade chamando por ela.
Enquanto isso, o avatar de Nova York dorme, esperando que seus distritos consigam se unir e expulsar de uma vez por todas o invasor monstruoso à caça deles.

“Uma carta de amor, uma celebração e uma demonstração de esperança e fé de que uma cidade e seus cidadãos possam enfrentar o mal e o medo, e de que, quando necessário, defenderão uns aos outros.” ― NPR

“Nós somos a cidade defende com unhas e dentes as ideias de santuário, de família e de amor. É um grito de viva, uma aclamação, um chamado à luta.” ― The New York Times

Nova York nasceu e agora 5 pessoas comuns se tornaram avatares de distritos da cidade com o pretexto de protegerem o avatar que simboliza a cidade, pois há uma entidade que quer acabar com a cidade e dizimar pessoas ou a realidade que vivem não é um problema.

Essa é a premissa básica do livro, que não dou conta de explicá-lo direito, então confia na sinopse que ela não dá spoilers relevantes, pois Nós Somos a Cidade vale 100% pela jornada. O livro pode ser considerado confuso, mas para mim é um confuso dos bons já que eu entendi o suficiente para ler sem problemas e aproveitar tudo. O funcionamento das coisas horrendas e o jeito que as realidades alternativas (seria esse o melhor termo?) se conversam é de forma bem intuitiva e sem limites, sendo que qualquer coisa pode ser uma abertura/janela entre elas.

A única coisa que eu queria durante a leitura era uma resposta mais concreta do que faria uma cidade ganhar vida, ou seja, ganhar avatares humanos, seria o auge ou declínio da cultura da cidade? Seria o auge das mudanças físicas? (como muitas desapropriações em bairros para fazerem condomínios, a gentrificação), um aumento de imigração ou emigração? Tudo isso e misturado e tiram no palitinho qual será a próxima cidade?

Sobre os avatares, eu gostei bastante da introdução da Padmini (Queens), já que por ser de exatas ela enxergou a forma de se tornar uma cidade de um jeito totalmente diferente dos outros personagens, e eu adorei a troca de coice da Bronca com a Brooklyn, um grupo de Whatsapp com esse povo deve ser o maior caos. Já a representante de Staten Island eu lia torcendo a cada página para ela tomar rumo, pois ô cabeça.

Eu adorei como foi usada as características de cada determinado distrito para virarem traços de personalidade dos personagens, pois uma das coisas que eu fico rindo mais fininho na internet são os choques de características de cidades/estados, como o lance de que curitibano não responde bom dia, garçom carioca que trata da pior forma possível, ou a eterna rinha de cidades vizinhas para ver qual tem mais motoristas que não dá a seta.

Além de que a personificação de um bairro não é necessariamente da forma que a cabeça pensa automaticamente, um representante de lá da Faria Lima em São Paulo pode ser o farialimer ou o tio do churrasco grego com suco sabor vermelho™ com as mesmas chances, ou seja: todo leitor pode ser o único representante possível da sua cidade. E outra, o avatar de São Paulo está presente em boa parte do livro e os meus pulmões terminaram a história pedindo socorro.

Nós Somos a Cidade tem inspiração lovecraftiana na construção da fantasia e o autor é referenciado mais de uma vez durante a história, mas esse é um ponto que não sou capaz de opinar, pois não li Lovecraft (e já que ele é racista, nem pretendo) e nem assisti Lovecraft Country, que aí já entra o meu coeficiente de cagaço. Só fui descobrir que o livro se trata de uma trilogia nos agradecimentos da autora, mas ele funciona muito bem como livro único.

*E-book cedido em parceria com a editora pelo NetGalley, Nós Somos a Cidade está em pré-venda e será lançado dia 02 de agosto!
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12 Comentários

  1. Oi Gio,
    Confesso que não tenho muito medo de livros complicados, haha. Geralmente acho a leitura difícil, mas quando a jornada vale a pena o livro acaba prendendo a minha atenção, independente de ser complicado ou não.
    E Curitibano realmente não dá bom dia, mas não que nós sejamos mal educados, mas é mais uma questão de ser reservados, muitos não puxam papo com quem não conhecem direito, e um "bom dia" é sempre um gancho pra conversar sobre o clima ou a política atual.
    Enfim, amei conhecer esse livro.
    Beijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥

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    1. Também não tenho medo, mas a jornada tem que valer muito a pena!
      Então curitibano tem a mesma mentalidade que eu hahaha

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  2. Nossa, nunca tinha pensado numa cidade com um avatar. Amei a ideia, genial! Pelo visto a leitura te foi boa, né? Que bom! Eu quero ler esse livro um dia também. ^^
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
    Pinterest | Instagram | Skoob

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    1. Eu nem acho muito estranho esse conceito, pois raramente eu assisto uns animes com umas premissas bizarronas assim.

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  3. Oi Giovana,
    Eu vi esse livro no NetGalley, mas não faz taaaanto meu estilo, ai deixei passar.
    Interessante esse paralelo com os farialimers, morando em SP, dá uma empolgada para entender melhor a obra!
    beeeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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    1. Esse lance da Faria Lima foi eu tentando fazer uma analogia tá? hahaha

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  4. Oi, Gio! Tudo bom?
    Eu me curvo perante tudo que a Jemisin escrever e é sobre isto. Quero MUITO ler esse livro, mas tô esperando chegar o exemplar físico - comecei o e-book e ele é tão doido das ideias (positivamente falando) que eu queria ter ele em mãos pra fazer anotações e marcar coisas. Mas tô certa de que vou favoritar!

    Beijos, Nizz.
    www.queriaestarlendo.com.br

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    1. Essa foi a minha primeira experiência com a Jemisin! Já li uma amostra de A Quinta Estação e está na minha meta desse ano!

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  5. Oi Gio, tudo bem?
    Eu acabei deixando esse passar no NetGalley justamente por achar a premissa confusa. Mas lendo sua resenha, achei divertido! Mas não queria um avatar de Porto Alegre não, ando com vergonha da minha cidade. :(
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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    1. Mas você representaria o que gosta da cidade e também pessoas com o mesmo pensamento que o teu de lá!

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  6. Oie!!
    Confesso que vi no netgalley mas não me senti tentada, NO ENTANTO, a sua resenha foi super positiva, sabe? Ach oque leria pela sua resenha!
    Não sabia que o Lovecraft era precoceituoso! Eu sou meio por fora >_<

    Beijos!
    Pâm
    Blog Interrupted Dreamer

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    1. Do que eu sei ele é dos que mais deixa claro no texto de que ele é racista!

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