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[Review] Babel - R. F. Kuang

by - 15.9.22

[Review] Babel - R. F. Kuang
Babel, or the Necessity of Violence: an Arcane History of the Oxford Translators' Revolution
Babel, ou a Necessidade da Violência: Uma História Arcana da Revolução dos Tradutores de Oxford
Autora: R. K. Kuang
Editora: Harper Voyager
Páginas: 560
Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐
Sinopse traduzida: Traduttore, traditore: Um ato de tradução é sempre um ato de traição.

1828. Robin Swift, órfão de cólera em Canton, é trazido para Londres pelo misterioso Professor Lovell. Lá, ele treina por anos em latim, grego antigo e chinês, tudo em preparação para o dia em que se matriculará no prestigiado Royal Institute of Translation da Universidade de Oxford - também conhecido como Babel.

Babel é o centro mundial da tradução e, mais importante, da ourivesaria: a arte de manifestar o significado perdido na tradução através de barras de prata encantadas, com efeito mágico. O trabalho com prata tornou o Império Britânico incomparável em poder, e a pesquisa de Babel em línguas estrangeiras serve à busca do Império de colonizar tudo o que encontra.

Oxford, a cidade dos pináculos dos sonhos, é um conto de fadas para Robin; uma utopia dedicada à busca do conhecimento. Mas o conhecimento serve ao poder e, para Robin, um menino chinês criado na Grã-Bretanha, servir a Babel inevitavelmente significa trair sua pátria. À medida que seus estudos progridem, Robin se vê preso entre Babel e a sombria Sociedade Hermes, uma organização dedicada a sabotar a prataria que apoia a expansão imperial. Quando a Grã-Bretanha busca uma guerra injusta com a China por prata e ópio, Robin deve decidir: as instituições poderosas podem ser mudadas por dentro ou a revolução sempre exige violência? O que ele está disposto a sacrificar para derrubar Babel?

Babel - uma resposta temática a A História Secreta e uma resposta tonal a Jonathan Strange & Mr. Norrell - lida com revoluções estudantis, resistência colonial e o uso da tradução como ferramenta do império.

Babel é o novo livro da R. F. Kuang autora da trilogia de sucesso The Poppy War (que apenas o primeiro tem publicação no Brasil: A Guerra da Papoula pela Intrínseca).

📖Leia também a resenha de: The Poppy War (A Guerra da Papoula)

Quando criança Robin estava vivendo em Canton, uma cidade chinesa sofrendo uma epidemia de cólera, mas ele é salvo da morte certa por um professor inglês que o leva para a Inglaterra com um simples propósito: ele vai estudar latim e grego para futuramente ingressar na Universidade de Oxford, enquanto aproveita os luxos da vida na Inglaterra, algo imperdível se for considerar que a outra opção é ser um pedinte nas docas chinesas.

Chegando à maioridade ele é admitido na universidade e começa a morar próximo ao campus já nota que o instituto de tradução sediado na torre Babel tem uma inclusão forçada, a turma dele é a única que inclui mulheres e pessoas racializadas, e a razão é muito simples: eles precisam de falantes nativos de outros idiomas para expandir o uso da prata para melhorar quaisquer procedimentos.
[Review] Babel - R. F. Kuang

Que assim vamos chegando ao entendimento do funcionamento do sistema de magia de Babel: cravando palavras de idiomas diferentes com o mesmo significado em uma barra de prata por uma pessoa que entende intimamente ambos os idiomas pode trazer grandes resultados, como os navios serem mais rápidos, o sistema de produção ser mais eficiente, basicamente o céu e o número de línguas existentes no mundo é o limite.

E não tem nada mais saboroso do que autor colocando um pouco da sua área de estudo na construção de um mundo próprio, em especial de fantasia e ficção científica, e eu, como uma pessoa que consegue manter uma ofensiva no duolingo (perder a oportunidade de me vangloriar desse fato? Jamais!) e adora curiosidades que envolvam o significado/origem das palavras em outros idiomas, fiquei com os olhos brilhando ao descobrir o funcionamento da magia nesse livro.

Em Babel há também todo um grande subplot sobre colonialismo e imperialismo, que é outro ponto que gosto de ler (e também assistir) em narrativas feitas por pessoas nascidas em países que sofreram muito com isso - e hoje lidam com as consequências - e aqui tem um retrato bem amplo, por conta das vivências dos quatro personagens serem em diversas partes do globo, e por mais que siga principalmente a jornada do Robin, há interlúdios com os outros que mostram como eles chegaram ali e a visão de mundo, em que os interlúdios das meninas ainda tinham a camada da misoginia.

Eu estou enrolando o quanto posso para finalizar a trilogia The Poppy War por conta de por mais que eu tenha adorado a escrita da autora (e é o que me mantém firme na vontade de finalizar), eu não gostei do nível da descrição da violência, então peguei Babel com um pézinho atrás, mesmo estando bem curiosa em como a autora se sairia em um dark academia, e saí bem tranquila por esse livro não ser tão violento quanto e o que ocorre não ser pesado em detalhes.

O começo de Babel é meio lento, mas foi algo que não senti muito por estar fissurada no conceito da criação da magia envolver idiomas (e não ser o velho clichê de usar latim para criar feitiços), mas ao chegar na metade as coisas vão escalando e realmente entrega a revolução prometida no subtítulo do livro, e de brinde dor para quem se apegou ao grupo de amizade.

Terminei de ler Babel com a sensação que é uma história que deve ser lida mais de uma vez, para a cada experiência acabar focando mais em algum ponto da narrativa, seja a misoginia, o imperialismo ou até mesmo a fusão de dois pontos, como o imperialismo afeta as línguas, por exemplo.

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14 Comentários

  1. This book sounds wonderful!
    xoxo
    Lovely
    www.mynameislovely.com

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  2. Oi Giovana! Não me empolguei muito com a história, mas tenho uma amiga tradutora que eu tenho certeza que vai AMAR. Vou encaminhar o seu post para ela! Beijo, beijo :)

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    1. Nossa com certeza, para quem trabalha com isso deve ser mais interessante ainda!

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  3. This book sounds good...thanks for sharing dear :-)
    Beauty and Fashion/Glamansion/Rampdiary

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  4. Amei a resenha. Quando vi a capa pensei na guerra da papoula e não sabia o pq, até que vi que era do mesmo autor rs
    Essa história parece muito boa e eu amei por trazer essa parte imperialista.
    Beijos
    https://www.dearlytay.com.br/

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  5. Oi, Gio! Tudo bom?
    Chorando sangue que o preço desse livro tá tão caro, eu preciso tanto dele! The Poppy War foi um surto, já comprei os outros dois pra dar continuidade porque simplesmente UAU R.F. Kuang!!! Esse ai eu tenho CERTEZA que vou favoritar pra vida. Black friday que me aguarde.

    Beijos, Nizz.
    www.queriaestarlendo.com.br

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    1. Eu só já li esse consagrado por conta do Libby mesmo, fosse depender das doletas....

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  6. Oi, Giovana. Tudo bem? Tenho muita curiosidade de ler esta obra, mas ainda não tive oportunidade. Espero gostar dele, pois parece ser daqueles livros que ficam na memória pra sempre, né? Que bom que curtiu tanto este calhamaço. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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  7. Não conhecia esse livro, mas achei bem interessante a questão dos idiomas para fazer as coisas andarem mais rápido nas pesquisas deles. Só não sei se teria paciência para ler as cenas tão detalhadas, mas confesso que fiquei curiosa com esse livro.
    Bjks!


    Mundinho da Hanna
    Pinterest | Instagram | Skoob

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    1. Não é nas pesquisas, é em qualquer procedimento, como acelerar a produção de produto ou deixar o sistema de produção mais limpo e sem problemas.

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