Livros | Viúva de Ferro - Xiran Jay Zhao
Tradução: Caroline Chang
Editora: Intrínseca
Páginas: 480
Avaliação: ⭐⭐⭐⭐
Sinopse: Em Huaxia, a maior honra concedida a uma garota é sua escolha para a função de piloto-concubina, servas conectadas a pilotos homens para juntos fornecerem energia vital às crisálidas — máquinas de guerra gigantes que protegem a humanidade dos alienígenas além da Grande Muralha. Essa conexão mental tão intensa e poderosa entre piloto e concubina com frequência leva as jovens à morte, garantindo à família delas uma recompensa financeira do Estado. Aos dezoito anos, Wu Zetian se alista como concubina com apenas um objetivo em mente: vingança.Seu plano é matar o piloto que tirou a vida de sua irmã, mas a situação toma um rumo brutal e inesperado, e Zetian recebe um título muito temido: Viúva de Ferro, uma mulher que, ao contrário do esperado, suga a energia dos homens nas crisálidas e os leva à morte.Numa tentativa de minar suas habilidades mentais extremamente poderosas, o exército a pareia com Li Shimin, o piloto mais forte e controverso de Huaxia, um guerreiro que nunca erra seu alvo. Mas agora que Zetian sabe do que é capaz, não vai recuar tão facilmente, usando todas as suas armas para sobreviver e destruir de uma vez por todas um sistema que despreza a vida de meninas e mulheres.Em Viúva de Ferro, Xiran Jay Zhao constrói com maestria um universo audacioso e original, unindo ficção científica, fantasia e elementos da história chinesa ao reimaginar a jornada da primeira e única imperatriz da China, Wu Zetian, em um futuro distópico, ameaçador e eletrizante.
Viúva de Ferro já nasceu como um hit nas redes sociais, por conta do trabalho de Xiran Jay Zhao ter feito um boom ano passado no TikTok e também o sucesso de suas críticas sobre trabalhos ocidentais sobre a cultura asiática feitas no Youtube, e chegou no Brasil pela Intrínseca agora em fevereiro.
Após o assassinato de sua irmã mais velha, Zetian usa toda a sua raiva para buscar vingança pela morte, e a resposta é fazer o que sua irmã fez: ficar bonita e se alistar como piloto-concubina - a parte feminina que comanda os robôs gigantes que protegem a população de invasões alienígenas e que costumam morrer a cada batalha -, para ter a oportunidade de assassinar o cara que fez isso e o que vier após isso não importa, mas quando ela está a beira de concretizar seus objetivos ela descobre ser uma Viúva de Ferro e os sábios não tem ideia do que fazer com ela.
Viúva de Ferro foi inspirado na única imperatriz da China, e é bem rico na mitologia chinesa na aparência das crisálidas, por exemplo a primeira que a Zetian pilota é uma raposa de nove caudas, que pelo o que vejo é dos mitos mais famosos do leste asiático. Não consegui ter provas concretas, pois a definição dos gêneros wuxia e xianxia são bem interligados, mas parece que Viúva de Ferro pode ser considerado um livro do gênero xianxia ("gênero de fantasia chinesa influenciado pela mitologia chinesa, taoísmo, budismo, artes marciais chinesas, medicina tradicional chinesa, religião popular chinesa e outros elementos chineses tradicionais" via Wikipedia), que quem acompanha dramas históricos da China/Coréia deve entender mais do que esperar do clima da história do que eu.
Além da questão do gênero xianxia, a ambientação de Viúva de Ferro me lembrou do gênero neo-medieval, que só fui descobrir da existência com a graphic novel Cosmoknights (lésbicas salvando princesas medievais do espaço, resenha aqui), esse gênero é uma mistura de elementos medievais com tecnologias até mais avançadas do que as que temos hoje em dia, aqui em Viúva de Ferro se aplica com a mistura da China antiga e seus costumes - cabelos longos para homens e mulheres e o pé de lótus são dois bons exemplos - com robôs gigantes que são metamorfos e elementos de tecnologias que são ligeiramente mais avançadas do que vivemos.
Para entender como ia rolando as coisas eu coloquei os meus neurônios para ferver, pois às vezes eu ficava meio confusa de como funcionava tudo, em especial nas cenas de ação, que em boa parte eu não entendia como rolava a comunicação com o lado externo, nem aonde estaria os inimigos e ainda tinha o bônus do fator da incosciência, que eu me pergunto se a mente era capaz de dividir funções em dois pontos tão vívidos e urgentes. Já no ritmo da história, eu gostei muito de quando a Zetian se entende na primeira crisálida e a reta final, em que foi usado do artifício lansar a braba.
A parte do livro que eu não cobri no parágrafo acima tem muito do que é meu leve ranço de histórias que são vendidas como histórias feministas, que é o caso de ter muito mulheres contra mulheres e depois a reflexão de que se se ajudassem tudo seria melhor, ao invés de mulheres se ajudando por si só, que é algo que nem imagino que vai mudar para o segundo livro, já que tem tudo para ser um Zetian contra o mundo (que considerando a bagunça que isso está rendendo, em partes eu nem reclamo). Mas os outros pontos do livro que mencionam sobre o feminismo são chef's kiss e até salvei uns quotes sobre.
"Fêmea . Esse rótulo nunca fez nada por mim a não ser ditar o que posso e não posso fazer"
"É como se eu estivesse dentro de um casulo apertado demais para tudo que sou. Se as coisas fossem do meu jeito, eu existiria como aquela borboleta, sem dar aos passantes uma oportunidade fácil para me limitarem com um simples rótulo."
"Não acredito que fiz a única coisa que sempre me enfureceu nas outras pessoas: subestimar uma mulher."
A postura dos personagens é algo que eu não vejo todo dia em livros para o público YA, pois a Zetian não tem dó de matar não, ela sabe o que precisa fazer e vai lá e faz, além de não fazer da forma mais bonita ou que doa menos e se puder ser ácida em cada etapa é melhor ainda, isso vale para os personagens secundários também, pois eu fiquei o tempo todo achando que o Yizhi iria bancar a voz da consciência, só que ele vai e faz o mesmo.
Estou bem curiosa de como essa duologia será finalizada, pois em meio à zona de coisas que ocorreram, eu soltei um sonoro EITA em uma questão específica falada no final do livro, que me pergunto se será ponto chave do livro dois, ou um ponto meio deixado de lado, como já aconteceu em algumas duologias que li.
4 Comentários
Olá, Giovana.
ResponderExcluirEu li uma resenha bem negativa desse livro e desanimei bem de ler ele. Como gosto muito de mitologia e nunca li nada da mitologia chinesa, talvez eu leia por conta disso. Mas não sei ainda.
Prefácio
Eu acho que esse livro vai muito da experiência de cada um viu? Já vi uns bons surtos com uma galerinha lendo ele, além de ter sido recebido muito bem na gringa, mas também já comecei a ver resenhas negativas no BR
ExcluirOi, Gio! Tudo bom?
ResponderExcluirInfelizmente tudo que você elogiou eu odiei no livro KKKKKKKK nada funcionou pra mim, e eu fiquei decepcionada demais porque estava esperando grandes coisas, especialmente do universo e da personagem badass. No fim das contas, só quebrei o coração :/
Beijos, Nizz.
www.queriaestarlendo.com.br
E olha que eu esperava elogiar mais coisas do que elogiei AI AI
ExcluirSobre o universo eu queria que aprofundasse muito mais, pois a vibe é 10/10
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