Autora: Elena Armas

Sinopse traduzida: Um casamento. Uma viagem à Espanha. O homem mais irritante. E três dias de fingimento. Ou em outras palavras, um plano que nunca funcionará.

Catalina Martín, enfim, não solteira. Sua família tem o prazer de anunciar que ela levará seu namorado americano ao casamento de sua irmã. Todos estão convidados a vir e testemunhar o evento mais mágico do ano.

Essa certamente seria a manchete de amanhã no jornal local da pequena cidade espanhola de onde vim. Ou o epitáfio em minha lápide, vendo a virada que minha vida deu no período de um telefonema.

Quatro semanas não era muito tempo para encontrar alguém disposto a cruzar o Atlântico - de Nova York e todo o caminho até a Espanha - para um casamento. Muito menos, alguém ansioso para brincar com a minha farsa. Mas isso não significa que eu estava desesperada o suficiente para trazer a dor de cabeça de 1,95 metros e olhos azuis que estava na minha frente.

Aaron Blackford. O homem cuja ocupação principal era fazer meu sangue ferver acabara de se oferecer para ser meu par. Logo depois de enfiar o nariz no meu negócio, me chamando de delirante e chamando a si mesmo de minha melhor opção. Entende? Ultrajante. Agravante. De deixar o sangue fervendo. E para meu total desespero, também certo. O que me deixou com um dilema extra grande em minhas mãos. Vale a pena o sofrimento para trazer meu colega e a perdição da minha existência como meu namorado falso para o casamento da minha irmã? Ou era melhor confessar e enfrentar as consequências da minha mentira induzida pelo pânico?

Como diria minha abuela, que dios nos pille confesados .

O livro é apenas narrado pela Catalina, e por mais que aconteceu mais de uma vez de eu ficar sedenta para ter algum capítulo com ponto de vista do Aaron, a bichinha sustenta bem a história, pois tem várias frases que ela solta que dá para se relacionar muito, começando por se auto convencer que não está com os quatro pneus arriados, “ele é bonito ou só é alto?”.

O Aaron é presença garantida no Top Piriguetagem Literária (criado pelo Viagem Literária), e olha que eu nem sou muito fã de projetos de Clark Kent, mas se tiver um troféu por aí chamado de Rei do Gado ele serve de indicação para isso também, aparecia um “Catalina” entre aspas no meio do livro eu já podia esperar um quote para ficar me abanando.

The Spanish Love Deception me lembrou bastante de O Jogo do Amor/Ódio, e além de eu estar com raiva de não ter resenha do segundo aqui no blog para me lembrar mais do que senti na leitura, acho esse livro não é tão irritante, pois não é um jogo e o Aaron deixa todas as cartas na mesa já de cara e a Catalina que visite um oftalmologista para vê-las.

Quando eles estavam na Espanha foi refresco atrás de refresco, que além de Aaron estar soltinho para os flertes, inclusive a despedida de solteiro ser um torneio de amigas da noiva contra amigos do noivo é o melhor conceito possível, temos a família da Lina e eu adoro ver um balaio de personagem que segue o lema “quem tem limite é município”.

Por ter lido dois slowburns (esse e Sobre Enfermeiras e Postais) em questão de por volta de 60 dias, fico me perguntando se é mecanicamente possível um livro com esse clichê que não tenha em torno de 500 páginas, pois o negócio deu volta, me entregou tudo na Espanha, resolveram uns par de coisas e ainda tinha umas 60 páginas no livro, que depois de todo o conflito digno de finais de romance, multiplicou as juras de amor (que se for pensar que o Aaron já estava entregando elas do jeitinho já da primeira página, haja viu).

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