Comecei o livro totalmente focada em descobrir qual seria a jornada da Ágata, porém Mudanças de um Destino acaba sendo um drama familiar mostrando tanto o destino de Ágata como de boa parte da família dela, cobrindo muitos anos de história.

Essa impressão inicial me fez estranhar quando a história começa a focar mais em outros personagens e deixar a Ágata de lado, mas ajustando essa impressão e enxergando como um drama familiar ao invés de idas e vindas de uma personagem só, o fluxo melhora.

O livro tenta entrar para o lado do mistério em dois momentos (e há evidências que esse é o foco da continuação), mas o que para mim mais funcionou mesmo foram os dramas nos relacionamentos da Ágata. Mudanças de um Destino é uma leitura rápida e que mesmo sem ter encontrado erros de digitação, merece uma revisãozinha, pois encontrei partes repetidas.

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Em primeiro lugar, é com um certo estranhamento que me vejo a dissertar sobre minha própria essência, mesmo após anos imerso na arte da escrita e na leitura, prática que me acompanha há ainda mais tempo. Permita-me apresentar-me: sou Luciano Otaciano, um homem com 43 anos vividos. Minha trajetória amorosa incluiu dois enlaces matrimoniais, ambos, lamentavelmente, naufragados. A sinceridade me leva a admitir que a possibilidade de um novo matrimônio me parece incerta, não por escolha pessoal, mas porque a vida me ensinou que a convivência a dois é tão intrincada quanto a busca pela compreensão de Deus, assim como os mistérios que cercam a vida após a morte. Sou infértil desde o nascimento, portanto, não tenho a capacidade de proporcionar a vocês, mulheres, um filho biológico. No entanto, não hesito em afirmar que posso perfeitamente adotar uma criança. Não se assuste com minha excentricidade; apesar de ser uma pessoa tímida, por vezes, gosto de me permitir o prazer de uma brincadeira.

Já transitei pelo ateísmo e, neste momento, não me afilio a qualquer religião específica; contudo, nutro um profundo respeito e admiração por todas as crenças, empenhando-me em estudá-las com um olhar mais profundo, por assim dizer. Sou portador de um diploma em Biotecnologia, complementado por uma especialização em Bioquímica.

Na minha infância, vivenciei um período de reclusão social, enquanto a adolescência me proporcionou uma leve abertura para a expressão pessoal. Contudo, mesmo na maturidade, resquícios da severa timidez que me acompanhou ao longo de minha existência terrena permanecem.

A escrita é para mim uma experiência mágica, talvez até mesmo espiritual. Não consigo delinear com precisão o que me impulsiona a redigir, mas sei que a paixão por criar histórias, sejam elas bizarras ou profundamente reais, reside em meu ser. Cada texto que produzo carrega consigo uma fração genuína de minha própria essência.

Acredito que, neste breve prefácio, consegui compartilhar um vislumbre da minha identidade. Peço desculpas se minha exposição não se alinha perfeitamente às expectativas alheias; afinal, sou um homem tímido, ainda que, em algumas ocasiões, essa característica possa não ser imediatamente perceptível.

A minha obra mais desafiadora, sem dúvida, é ELO. Este livro, de considerável extensão, demandou anos de dedicação e labor criativo. Iniciei sua elaboração há aproximadamente cinco anos, mas, devido a compromissos acadêmicos e profissionais, fui compelido a interromper o processo. Contudo, consegui finalizá-lo no ano passado, um feito que me trouxe imensa satisfação, uma vez que, em diversos momentos, duvidei da possibilidade de vê-lo completo, tendo interrompido sua redação por várias ocasiões.

ELO é, indiscutivelmente, o projeto literário que mais testou minhas habilidades como escritor. Nele, inseri fragmentos significativos das experiências vividas ao longo de minha caminhada neste plano terreno. Cada personagem que habita as páginas deste livro carrega consigo um fragmento da minha essência, pois busquei torná-lo o mais autêntico possível. Muitos dos elementos narrativos são reflexos de vivências reais, o que, talvez, confere a esta obra um caráter de verossimilhança impressionante. Quando um autor experimenta as situações que descreve, a narrativa adquire uma profundidade que a torna mais palpável, por assim dizer.

Acredito firmemente que em cada história do escritor sempre haverá um eco de sua própria existência; seja por meio de vivências, emoções ou reflexões, esses elementos estarão eternamente entrelaçados nas obras de ficção que ele cria.

Não há dúvidas a respeito desse aspecto! Eu mesmo sou um exemplo vivo, pois, além de escritor, também exerço a função de blogueiro. Já me vi compelido a colocar meu blog em hiato em diversas ocasiões, a fim de dedicar-me exclusivamente à criação de minhas obras literárias, uma tarefa que se revela extremamente desafiadora quando se busca conciliar ambas as atividades simultaneamente. Na vida, é imprescindível realizar escolhas e definir prioridades; muitas vezes, é necessário abrir mão de algo para que outro objetivo se concretize. O cotidiano da vida moderna se apresenta cada vez mais caótico e incontrolável. Assim, se não priorizarmos determinadas áreas de nossas vidas, corremos o risco de passar pela existência sem ter edificado algo significativo, algo que realmente nos traga felicidade e que, ao chegarmos ao fim de nossa vida, deixe uma lembrança positiva nas gerações subsequentes.

Desde minha infância, fui obrigado a tomar decisões cruciais em minha vida. A perda de meu pai, quando eu ainda era um adolescente de 17 anos, foi um marco que me deixou vulnerável em um mundo extremamente violento e competitivo. Naquele momento, questionava-me: E AGORA, O QUE SERÁ DE MIM? Estou ferrado! Aprendi, muitas vezes da maneira mais difícil, a complexidade da vida, embora sejamos cientes de que ela também reserva momentos de felicidade e prazer, os quais, por ironia, são mais raros do que gostaríamos.

Minha mãe ofereceu o suporte necessário até que eu deixasse a adolescência, mas ao me tornar adulto, passei a buscar minha autonomia. Ao longo dessa trajetória, cometi erros que me custaram caro; no entanto, hoje reconheço que essas experiências foram fundamentais para meu crescimento pessoal. Sem a orientação de meu pai, que partiu prematuramente, fui forçado a aprender por conta própria. Para agravar meu infortúnio, sou um homem tímido, o que torna ainda mais difícil aceitar ajuda de pessoas que não conheço intimamente. Esse aspecto da minha personalidade foi um desafio adicional a ser enfrentado. Meus poucos amigos de longa data tornaram-se um verdadeiro bálsamo em momentos de adversidade; sem eles, certamente teria sucumbido diante das minhas próprias tragédias.

Em tempos de dor e infortúnio, recorri à espiritualidade. De um ateu convicto, passei a acreditar em Deus, uma mudança que considero essencial, pois, se permanecesse imune à fé, não estaria aqui, compartilhando esta entrevista para um blog que tanto aprecio. Giovana, a administradora deste espaço, é uma profissional exemplar, e quando surgiu a oportunidade de expor um pouco de minha essência aqui, não pude recusar.

Minha recomendação é que escrevam e não desistam de seus sonhos. Hoje, a publicação tornou-se cada vez mais acessível, especialmente por meio da Amazon. O crescimento da literatura digital, em formato de e-books, foi exponencial nos últimos anos, facilitando o caminho para autores independentes. Contudo, é inegável que, para um escritor iniciante, a entrada em editoras consagradas no Brasil continua a ser uma tarefa árdua. A Companhia das Letras, por exemplo, é uma das mais difíceis de acessar. Já enviei diversos originais para lá, mas nunca recebi qualquer retorno. O mesmo ocorreu com outras editoras de prestígio, mas, até o momento, não tive a sorte de ser agraciado. Portanto, o autor iniciante deve buscar formas alternativas de publicação, e a Amazon se apresenta como uma excelente opção. Ser um escritor de plataformas digitais em nada desmerece a qualidade do trabalho; pelo contrário, oferece ao autor uma oportunidade preciosa de conquistar notoriedade. Posteriormente, caso deseje, pode optar por publicar em editoras menores para obter uma versão impressa de suas obras. Pessoalmente, tenho todos os meus livros físicos em minha estante, disponíveis no Clube de Autores/AGbooks, uma alternativa notável para escritores em início de carreira.

A inspiração, para mim, flui de maneira natural. Alguns dizem que é um dom que algumas pessoas possuem, e comigo não é diferente; escrevo desde a infância, e a inspiração surge espontaneamente. É importante ressaltar que não é uma constante; ela se manifesta e se dissipa, e isso é perfeitamente aceitável. Durante o ato de escrever, seja em prosa ou poesia, a inspiração tende a aflorar. Contudo, caso não apareça, existem métodos que o escritor pode e deve empregar para evocá-la. Para mim, tudo ao meu redor serve como fonte de inspiração, desde a pequena lagarta que avisto em meu quintal até os transeuntes que cruzo nas ruas. Como pesquisador de religiões, até mesmo essas crenças se tornam fontes de inspiração; o além é um universo fascinante. Gosto de imaginar o que existe do outro lado, para além da vida terrena, após a morte física, e isso, por si só, alimenta minha criatividade. Embora ninguém saiba ao certo o que nos aguarda após a morte, a capacidade humana de imaginar é, em si, um manancial de inspiração. Essa particularidade única de cada ser humano é o que verdadeiramente faz a diferença. Se a inspiração fosse homogênea, certamente teríamos obras idênticas por toda parte.

Sim, há um tema que permeia minhas narrativas: o amor. Esse sentimento sublime está presente em tudo que escrevo, seja nas histórias mais bizarras ou nas mais realistas. O amor é o motor que impulsiona a humanidade; sem ele, sequer estaríamos aqui. É por meio do amor que evoluímos consciencial e espiritualmente, mesmo diante da maldade inerente a cada um de nós.

Minhas inspirações literárias são diversas, mas a principal delas é, sem dúvida, H.P. Lovecraft.

Gostaria de expressar minha sincera gratidão a você, Giovana, pela oportunidade de compartilhar um pouco sobre mim e meu trabalho através deste querido blog. Acompanho sua trajetória com o blog e admiro profundamente seu trabalho. Peço, ainda, que os leitores considerem a leitura de meus livros; além das narrativas, por vezes bizarras, que emergem de minha mente, sempre há algo positivo para reflexão. E não se esqueçam de explorar outros autores nacionais, pois há um vasto talento a ser descoberto pelos leitores escondidos por aí. Muito obrigado pela oportunidade!

E aí, já conheciam o trabalho do autor ou são familiares com o trabalho dele na blogosfera?