E seguimos com a categoria "Volta ao Mundo DUJ" em 2025, com ano novo e perrengue velho com o Sorteador!

Imperdoável (Imperdonable) é um curta documentário da diretora Marlén Viñayo, focado em Geovanny, um assassino da Gangue 18 que está preso em El Salvador para pagar seus crimes, porém nesse ambiente o que parece ser o seu maior crime no dia-a-dia é ser um homem gay.

O curta tem 35 minutos e pode ser visto no Youtube no canal VICE, nesse vídeo você consegue uma experiência completa, pois quando acaba o curta há uma entrevista com a diretora mostrando o processo de fazer o curta e como chegou à ideia.

Não pesquisei a fundo sobre a Gangue 18, mas quando eu buscava o que assistir conferindo sinopses pelo Letterboxd encontrei ela sendo mencionada diversas vezes e pelas menções no documentário e uma pesquisa rápida no Google, é uma gangue bastante letal e que vale a pena conferir o curta em um momento que no Brasil espalhou a notícia nas últimas semanas de que não deveria fazer sinais de facções ao tirar fotos.

Esse curta tem camadas e consegue passar vários sentimentos, em Imperdoável há umas boas cenas que mostram bem o que os preconceitos fazem com a régua da moralidade.

Acharam muito relevante que o General Löwensköld fosse enterrado junto com o anel que ganhou de presente diretamente do rei por suas glórias, porém ele é roubado devido a não acharam justo uma relíquia dessas estar debaixo da terra, o que desencadeia uma série de desfortunas e assobramentos para quem fica em posse desse anel.

Tem muitos livros policiais publicados no Brasil de autores suecos e não é o que eu queria ler no momento, assim fiquei feliz de descobrir o trabalho da Selma Lagerlöf, que foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura (em 1909!), e O Anel dos Löwensköld tem uma premissa bem interessante.

Como subtítulo o livro tem a frase "Um Mistério Sueco de 1925" porém não acho que essa é a melhor definição para o livro, que ao abrir a página da autora na Wikipedia cheguei numa definição que para mim faz mais sentido para o jeito do livro: "O trabalho de Selma Lagerlöf está profundamente enraizado em lendas nórdicas, e nas fábulas folcloricas que abservera durante sua infância em Värmland. Sua obra se afastou do movimento realista dominante e descreveu de uma maneira romântica e imaginativa a vida camponesa e a paisagem do norte da Suécia." (Wikipedia). Para mim faz bem mais sentido o livro ser visto quase como uma fábula folclórica do que ser visto como um mistério sueco, que temos acesso a um monte deles até no Brasil.

Mas pelo menos na sinopse do livro o pessoal da editora Wish acertou totalmente no tom dele, prometendo algo divertido e sério ao mesmo tempo, tem uma cena de julgamento que é ridícula e excelente, se Ariano Suassuna leu essa cena deve ter dado um grande sorriso. Além disso, achei a escrita do livro bem fluida e descomplicada para um livro que irá fazer 100 anos esse ano.

Esse mês o esforço em relação à música foi exatamente zero, pois o algoritmo do Tiktok estava me indicando vídeos de música turca, resolveu dar uma variada e me indicou esse vídeo com uma música do Azerbaijão. O vídeo da música indicada Yaxsi Olar de Uzeyir Mehdizade tem no Youtube 411 milhões de visualizações e mesmo assim foi difícil de encontrar curiosidades sobre o trabalho do artista.

A mais interessante é o fato de que o trabalho dele foi parar no livro "Nossas Canções no Espelho do Monitoramento" de 2023 feito pelo Centro de Monitoramento da Comissão Estatal de Línguas do Azerbaijão, que tinha o objetivo de listar música que supostamente promovem o uso de hábitos nocivos, um estilo de vida sedentário, comportamento contrário aos valores mentais e incitar ações agressivas e suicídio.