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Livros | Kim Jiyoung, Nascida em 1982 - Cho Nam-Joo

by - 14.7.23

Livros | Kim Jiyoung, Nascida em 1982 - Cho Nam-Joo
Autora: Cho Nam-Joo
Tradução: Alessandra Esteche
Editora: Intrínseca
Páginas: 176
Avaliação: ⭐⭐⭐⭐
Sinopse: Com narrativa sutil e ao mesmo tempo arrebatadora, Kim Jiyoung, nascida em 1982 retrata a realidade de uma jovem coreana e os profundos impactos da desigualdade de gênero na vida das mulheres.

Em um pequeno apartamento nos arredores da frenética Seul vive Kim Jiyoung. Uma millennial comum, Jiyoung largou seu emprego em uma agência de marketing para cuidar da filha recém-nascida em tempo integral ― como se espera de tantas mulheres coreanas. Mas, em pouco tempo, ela começa a apresentar sintomas estranhos, que preocupam o marido e os sogros: Jiyoung personifica vozes de outras mulheres conhecidas ― vivas e mortas. A estranheza de seu comportamento cresce na mesma proporção que a frustração do marido, que acaba aconselhando a esposa a se consultar com um psiquiatra.

Toda a sua trajetória é, então, contada ao médico. Nascida em 1982 e com o nome mais comum entre as meninas coreanas, Kim Jiyoung rapidamente se dá conta de como é desfavorecida frente ao irmão mimado. Seu comportamento sempre é vigiado e cobrado pelos homens ao seu redor: desde os professores do ensino fundamental, que impõem uniformes rígidos às meninas, até os colegas de trabalho, que instalam uma câmera escondida no banheiro feminino para postar fotos íntimas das mulheres em sites pornográficos. Aos olhos do pai, é culpa de Jiyoung que os homens a assediem; aos olhos do marido, é dever dela abandonar a carreira para cuidar da casa e da filha.

A vida dolorosamente comum de Kim Jiyoung vai contra os avanços da Coreia do Sul, uma vez que o país abandona as políticas de controle de natalidade e “planejamento familiar” ― que privilegiava o nascimento de meninos ― e aprova uma nova legislação contra a discriminação de gênero. Diante de tudo isso, será que seu psiquiatra pode curá-la ou sequer descobrir o que realmente a aflige? Best-seller internacional, Kim Jiyoung, nascida em 1982 é uma obra poderosa e contemporânea que não só atinge o âmago da individualidade feminina, como também questiona o papel da mulher em âmbito universal.

Kim Jiyoung, Nascida em 1982 relata toda a vida de Kim Jiyoung até os dias atuais após uma consulta dela ao psiquiatra por conta de estar com sintoma estranho: ela começou a personificar a voz de mulheres vivas e mortas depois de ter largado o trabalho para poder cuidar da filha.

Não sei o quanto é coisa da tradução para não deixar o leitor desinformado e o quanto é da autora, mas no meio da narrativa apareciam uns parágrafos que eu me senti de volta aos tempos que eu estava fazendo o meu TCC, com a linguagem mais travada e um festival de informações baseadas em pesquisas e notícias. 

Só era bom quando esse recurso só se estendia nas notinhas de rodapé, que traziam as fontes para quem quiser ler mais sobre o assunto, mas de qualquer forma achei estranho, pois no início a história me prometia uma narrativa feminista com uma reviravolta incomum para deixar o leitor curioso, para depois virar algo que estava caminhando se tornar algo acadêmico.

Vira e volta aparece uma notícia (que ganha um tom sensacionalista no Twitter) de que a taxa de natalidade e o aumento de pessoas solteiras é algo que preocupa na Coréia do Sul e no Japão, e é só mostrar esse livro que dá para entender o porquê disso em dois instantes, com o quanto é machista a sociedade no leste asiático e é um machismo totalmente estrutural, em que mesmo em menos de 200 páginas vemos casos em vários lugares na sociedade, mas especial dentro dos lares, nos estudos e no ambiente de trabalho.

Gostei do que significam as últimas páginas do livro para o que foi mostrado da jornada da Kim Jiyoung, mas teve um item que ficou faltando um desfecho melhor, de que eu fiquei com a impressão da protagonista ter sido negligenciada de mais uma forma.

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20 Comentários

  1. Oi Giovana! Tudo bom?
    Esse livro está na minha lista, ou estava, não sei ainda, confesso... rs.
    Quando o vi lançar aqui no Brasil, vi que foi muito elogiado fora e até por algumas pessoas que admiro, porém também sei que tem algumas questões que me travariam... Uma pena se a protagonista foi negligenciada...
    beeeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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  2. Poxa, que pena que esse livro teve uma trajetória mais para o lado acadêmico do que literário. Eu não li esse ainda, mas acho que, depois da resenha, não será um livro para mim. =/
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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    1. No geral ele não é acadêmico, mas essas partes acadêmicas foram bem fora de tom para mim!

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  3. Eu não sei se consigo ler esse tipo de livro, eu fico muito nervosa, começo a passar muita raiva!

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    1. Também constumo passar raiva, sempre tenho que me preparar para esse tipo de leitura!

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  4. Oi Giovanna, tudo bem?
    Eu achei a premissa muito interessante, mas no momento não estou muito a fim de ler por conta dos gatilhos que o tema vai despertar em mim. E que pena a forma como a história é organizada, também sou mais fã das notas de rodapé. Inclusive ignorei várias do último livro que li sem prejuízo à leitura. Eram apenas curiosidades mesmo. Gostei de conhecer um pouquinho mais da obra com a sua resenha.

    Até breve;
    Helaina (Escritora || Blogueira)
    https://hipercriativa.blogspot.com

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    1. Aqui tem as notas de rodapé e esse tom acadêmico no meio do texto, só com as notas eu já achava suficiente!
      Acontece muito de eu ignorar as notas de rodapé em livros históricos!

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  5. Eita, ainda não li o livro e que pena que várias inserções te fizeram sentir como lendo um tcc.
    mas me parece uma leitura importante e espero ter a oportunidade de ler :)
    beijos

    https://duquesaazarada.blogspot.com

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  6. Oi Gio, tudo bem?
    Sempre amei animes, mas o machismo asiático me dói profundamente.
    Apesar desse livro ser sobre o sofrimento de uma mulher coreana, foi impossível não relacionar com esse meu gosto pessoal.
    Que bom que foi uma boa experiência, apesar das ressalvas. Me pareceu uma leitura marcante e que abre os olhos pra desigualdades bem importantes que acontecem nessas culturas.
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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  7. Oi! Já imagino que não vai ser uma leitura fácil para mim, eu fico revoltada com todo o machismo que nos cerca. Pena você ter ficado com essa sensação que a protagonista foi negligenciada. Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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    1. Em uma forma ela foi negligenciada a vida toda e na cerejinha do bolo, senti que ela foi negligenciada de um fim :(

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  8. Amei a resenha. Esse livro sempre está na minha lista de próximas leituras, mas nunca encontro o momento certo. Que pena que em algumas momentos a linguagem é um pouco mais complexa
    beijos
    https://www.dearlytay.com.br/

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  9. A capa e título do livro me chamaram bastante atenção e adorei a sua resenha.
    Pena que o final não atendeu à expectativa, mas ainda considero um livro para ir pra minha lista.
    Obrigada pela dica!

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    1. Pois é, apesar que histórias assim são complicadas de terem um final que agrade bem né?

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  10. Oi
    estou curiosa para ler, mas bom saber que ele acaba tendo umas partes que parece leitura acadêmica. Eu vi ele na promoção no primeday, mas nem comprei.

    https://momentocrivelli.blogspot.com/

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    Respostas
    1. Mas tem que ser uma promoção bem bacana viu? Porque ele é pequeno kkkkkkkkkj

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