Autora: Mel Geve

Sinopse: Amélia é uma universitária do curso de Design e frequentadora assídua de uma das baladas mais legais de São Paulo, o Sobradinho. Certa noite, ela decide ir até o local com uma de suas melhores amigas, e conhece um garoto chamado Theo. Apesar do barulho ensurdecedor de música, ele consegue se mostrar engraçado, inteligente, carismático e fã de Blink-182 – o que, para ela, é muito importante. A noite promete ser longa para os dois, mas Amélia se depara com imprevistos e vai embora de repente, sem ao menos se despedir do garoto, perguntar seu sobrenome ou número de telefone.

No dia seguinte, arrependida por não ter trocado nenhuma informação que possibilitasse um reencontro com o seu – aparentemente – par perfeito, a mente criativa de Amélia logo começa a trabalhar em inúmeras formas de tentar localizá-lo. Até que, ao andar pelas ruas sempre cheias de São Paulo, ela se depara com a possível solução do seu problema: um lambe-lambe colado em um poste que diz "TRAGO SEU AMOR EM 3 DIAS”. Quem faz a promessa clichê é uma tal de Madame Zumba. Por impulso, desespero, e sem saber exatamente aonde estava se metendo, Amélia entra em contato. O que ela tinha a perder com isso, não é mesmo? Ao realizar uma amarração do amor, ela acaba reencontrando muito mais do que o seu crush da balada.

Trago Seu Amor Em 3 Dias é o romance de estreia de Mel Geve. Com a narrativa em primeira pessoa, o leitor é transportado para as ruas São Paulo, vivendo cada canto da cidade, da vida universitária, das paixões e dos muitos conflitos da protagonista. Mel consegue tratar de assuntos polêmicos de uma maneira singular, jovem e muito bem-humorada, que promete conquistar o amor do leitor em apenas 3 dias também!

Chega eu fico besta com a qualidade da autora em retratar os perrengues da vida universitária, é parte importante do livro a busca por um estágio e suas 50 etapas de entrevista, a choradeira por um ponto na média ou horas de atividades complementares, e a terrível carga horária de ter que lidar com mil coisas na rotina. 

Boa parte do meu amor por Inconfidente vem por conta do humor do texto e eu perdi tudo com várias situações do livro, desde os nomes do pessoal (tem um Givanildo e um Theodomiro, quero ver outro livro com personagens com mesmo nome), tiradas 100% cínicas como o lance dos setores da balada e também todo o drama digno de protagonistas.

"Jamais perseguiria alguém até o inferno. Principalmente porque sou sedentária e não aguentaria o pique."

"Abri a janela do meu grupo com as meninas, mudei o nome para “PIORES PESSOAS DO UNIVERSO” e enviei:

AMÉLIA: OK. COMO VOCÊS ESTÃO ME IGNORANDO NESTE MOMENTO DE CRISE

AMÉLIA: SE ALGUM DIA VOCÊS ESTIVEREM SE AFUNDANDO EM AREIA MOVEDIÇA E EU TIVER UM CIPÓ NAS MINHAS MÃOS

AMÉLIA: EU VOU FICAR PULANDO CORDA"

"Desistir também era um sinal de força, especialmente quando isso significava escolher a própria saúde mental e paz de espírito em detrimento das imposições dessa sociedade doente dos dias atuais. Nós todas éramos orientadas a escolher o dinheiro à felicidade; a eficiência ao prazer; e a produção desenfreada ao equilíbrio. Escolher a própria vida é um ato revolucionário."

Lá para o final do livro tem umas discussões bem interessantes e respeitosas sobre a umbanda, macumba e o que significam esses lambes-lambes que encontramos em postes, que eu nem esperava que teria e que agregou muito ao tom geral da história.

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