Murderbot é um tipo de robô construído com o objetivo de ser uma “unidade de segurança”, esses robôs tem a aparência de humanos genéricos e trabalham sob contrato em uma corporação puramente interessada em dinheiro e com interesse mínimo em segurança.

No último contrato Murderbot conseguiu hackear o próprio módulo de segurança e agora está livre do controle dos contratos e pode fazer o que quiser, ele usou esse livre arbítrio de uma forma gloriosa: baixar vários conteúdos de mídia, filmes, músicas, livros e especialmente séries e novelas espaciais de teor duvidoso para assistir no tempo livre nos contratos.

Eu sou defensora ferrenha de séries semanais, tanto que vira e volta estou enrolada para terminar de deixar em dia alguma série que largou uma temporada inteira para assistir em uma sexta aleatória, mas para Murderbot eu queria que fosse assim, ou pelo menos dois episódios por semana, pois além de serem super curtos eles deixam um gatilho para o próximo que depois emenda de forma bem contínua eles.

Além do Murderbot, era óbvio que eu iria gostar da Dra. Mensah, mas não esperava ficar tão cativada com o Gurathin, acaba rolando uma rinha entre os dois - Gurathin e Murderbot - saborosa e depois fica fofo quando eles se acertam. O trisal serve de alívio cômico no pique vergonha alheia, em que eu ria 100% no modo “não é possível CHEGAAA”.

A série é de ficção científica, mas não uma rica em porradaria e efeitos especiais, ela vai para o dilema do que é ser humano em uma sociedade que evoluiu demais na tecnologia e consegue fazer robôs que poderiam ser confundidos com humanos no olhar despercebido. Assim a série vai focando totalmente nas relações humanas entre os personagens que estão sob a segurança do Murderbot e como lidar com ele, que não é humano, mas merece direitos.

O Murderbot é um personagem divertidíssimo sem prometer, ele é mega introvertido, assassino e noveleiro, a narração dele dá um saborzinho aos eventos dessa série, inclusive estava assistindo como hábito a narração sarcástica do Murderbot que eu nem estava notando mais, mas vi como ela foi importante quando em parte de um episódio ele deixa de narrar e tudo fica estranho.

A novela espacial favorita do Murderbot é The Rise of Sanctuary Moon, que muitos personagens na série acham que é um lixo interminável e o Murderbot acha o auge do entretenimento, e há cenas dela inseridas durante a série que são muito bem vindas e com um elenco excelente (John Cho, DeWanda Wise e Clark Gregg), com um elenco desses se decidirem fazer uma série original dela eu não fico chocada, só não tenho certeza se eu compraria o nível de brega que ela é.

Diários de um robô assassino é inspirado na série de livros de mesmo nome da Martha Wells, esse livro cobre os eventos do primeiro livro - Alerta Vermelho - e está bastante fiel ao material original, o livro é bem curtinho e vale super a pena ler ele antes de conferir, para já chegar apaixonada pela personalidade desse robô noveleiro.