Autora: Andresa Rios

Sinopse: Elisa Vasconcellos está no último ano da faculdade de direito e tem certeza de que nada pode atrapalhar seu plano de construir uma carreira promissora. Entretanto, tudo muda quando conhece Silas, um rapaz de atitude desafiadora que seus pais com certeza desaprovariam.

Dez dias após embarcar em um relacionamento conturbado, Elisa é assassinada e, junto com seu corpo, todos os seus planos são jogados em um triturador de ossos. A identidade de seu assassino não é segredo: Silas realizou um péssimo trabalho ao cometer o crime. Nem os melhores advogados o salvariam da prisão se Elisa, por um milagre, não aparecesse viva e inteira apenas algumas horas depois da sua suposta morte.

Ciente de que esse retorno não é uma vantagem, Silas passa pelo inferno na terra enquanto tenta descobrir o que fez a namorada voltar dos mortos e, ao mesmo tempo, lutar pela própria sobrevivência.

Esqueça o ditado que diz “Vingança é um prato que se come frio”. Na busca por justiça, Elisa Vasconcellos está disposta a queimar tudo.

ALERTA DE GATILHO: violência, abuso psicológico, feminicídio.

Perto da época da formatura da faculdade, Elisa Vasconcellos fica curiosa em relação à Silas S. Almeida, e entra em um acordo com ele, para mostrar para essa patricinha que vive em meio a uma dinastia de advogados o lado que ele conhece de São Paulo, para ela aproveitar um pouco da vida antes da formatura e entrar na vida chata no Rio de Janeiro trabalhando nos negócios do seu pai, de cara a relação indicativa que iria terminar em tragédia, e terminou.

Queime Tudo acaba sendo uma homenagem a filmes de terror, em especial os trash e os slash, em que há algumas cenas que referenciam eles e em vários capítulos os títulos são referências a esses filmes, e além de eu ter adorado a homenagem eu também gostei de como ficou bem orgânico na narrativa.

O livro me fez lembrar de uma discussão que vi outro dia de que um livro de romance pode ser imaginado como um thriller ou história de terror dependendo da qualidade do mocinho, e aqui desenha bem um relacionamento abusivo com um mocinho saído diretamente de Chernobyl. No início parece um “simples” romance da patricinha malvada e o badboy tatuado, e vai entrando em um crescendo nas pequenas atrocidades que ele vai fazendo (teoricamente fantasiado de ciúmes) até culminar no feminicídio contra a Elisa.

Aqui tem dos maiores números de personagens podres por metro quadrado, em que fica difícil sair pescando quem presta por ali, além dos personagens principais outros personagens podres ficam por conta dos pais de ambos, em que a mãe da Elisa só aparece para bostejar e o pai do Silas é um delegado corrupto, tem muita gente ali que não tem problemas em ocultar crimes.

Está na sinopse do livro os avisos de gatilho da história, e eu gostei de como a autora não detalha muito essas cenas, não há muitos detalhes na cena do feminicídio nem na violência cometida por Elisa quando está na sua missão de sair “queimando tudo”, pois quando há histórias com muitos gatilhos o que geralmente me estressa é o nível de detalhamento neles, e aqui não tive razões para passar raiva.

Já tinha lido outro livro da autora (Baby Don’t Go), e comecei a leitura sem muitas expectativas, pois dois pontos positivos que eu tinha achado nesse outro livro foram a escrita dela e a construção do final do livro, mas aqui eu fui fisgada de cara e gostei como foi trabalhada a impunidade devido a corrupção e todo o desenvolvimento de um relacionamento abusivo e destrutivo, além de trazer para as páginas a delícia de um protagonismo feminino em um contexto de trash/slash.

Siga nas redes sociais!

Facebook 📖 Instagram 📖 Twitter 📖  Pinterest 📖 Skoob